quarta-feira, 28 de março de 2012

Fundador do Megaupload diz que estúdios tentaram parceria


RIO — O fundador do Megaupload, Kim Dotcom, afirmou em entrevista que estúdios de Hollywood chegaram a propor acordos com o site de compartilhamento de arquivos antes da operação do FBI que encerrou a página e pôs Dotcom na prisão. Especula-se que tenha sido justamente o lobby da indústria cinematográfica que pressionou as autoridades pela realização da operação.
De acordo com o site de especializado TorrentFreak, Dotcom recebeu cinco e-mails de executivos de Disney, Fox e Warner Bros. propondo parcerias. A Warner queria uma ferramenta que fosse capaz de introduzir vários dos seus vídeos de uma só vez no Megaupload, enquanto os outros buscavam acordo de publicidade.
O criador do site também revelou na entrevista que cerca de 490 contas do Megaupload pertenciam a funcionários e associados da Mapa e da Riaa, órgãos patronais das indústrias cinematográfica e fonográfica, respectivamente.
Dotcom também afirmou que muitos funcionários do governo e das Forças Armadas americanas compartilhavam arquivos pelo Megaupload. Segundo ele, eram 1058 contas acessadas por meio de domínios do governo. Já os militares somavam 15.634 contas, sendo mais de dez mil deles usuários premium.
A indústria do entretenimento acusa o Megaupload de promover a pirataria. Há dois meses, Dotcom contou que o Megaupload se preparava para lançar um site de compartilhamento de músicas que desafiaria as gravadoras por remunerar artistas em contratos exclusivos. A revelação suscitou na imprensa especializada a suspeita de que a operação que derrubou o site não teve apenas a ver com pirataria, mas também com o temor dos selos sobre a chegada de um concorrente.
O alemão Kit Dotcom foi preso na Nova Zelândia em janeiro ao lado de três diretores do site em uma operação do FBI feita com autorização da justiça americana. Na ocasião, o Megaupload foi encerrado. Segundo a acusação, Dotcom comandava um grupo que lucrou US$ 175 milhões desde 2005 ao copiar e distribuir, sem autorização, músicas, filmes e outros conteúdos protegidos por direitos autorais. Dotcom defende-se dizendo que a empresa apenas oferecia um serviço de armazenamento on-line.

Nenhum comentário:

Postar um comentário