quarta-feira, 18 de abril de 2012

Novo tablet StudyBook é resposta da Intel às salas de aula do século XXI




A Intel, responsável histórica por grande parte da evolução no mercado de microprocessadores, sempre teve uma característica bem clara no seu envolvimento com os computadores disponíveis no mercado de consumo e profissional: embora suas CPUs e chipsets estivessem presentes debaixo do capô desde o primeiro modelo de PC, em 1981, ela tende a não passar disso, deixando o projeto e montagem dos aparelhos ao encargo dos fabricantes interessados. Uma exceção a esta regra é o StudyBook, que além de ser uma investida da Intel diretamente no filão dos tablets, é uma continuidade dos esforços da companhia no mercado educacional.
O StudyBook em seu habitat natural (Foto: Reprodução)A explosão de popularidade do mercado móvel, com tablets e smartphones nos quais predominam os chips de concorrentes, fez algo mudar na bem-sucedida companhia: há anos ouvimos falar em modelos de referência, investimento na pesquisa de sistemas operacionais móveis (como Moblin, MeeGo e Tizen) que rodem bem nos chips Intel Atom e outras iniciativas para virar este jogo.  
Correndo em paralelo a essa tendência, há já citada questão do mercado educacional, em que outras iniciativas também indicaram a possibilidade de um desenvolvimento passando ao largo das tecnologias da Intel, desde o distante “laptop de 100 dólares” do projeto OLPC (com CPU AMD) até o recente anúncio da revolução em produção de livros didáticos interativos com o software iBooks Author, cujos produtos só rodam nos iPads.
A Intel já havia respondido ao OLPC com o seu bem-sucedido Classmate PC, um modelo de netbook reforçado e de baixo custo, voltado a estudantes, rodando Linux e que, montado por diversos parceiros internacionais, vendeu cerca de 7 milhões de unidades em suas várias versões.
Entra em cena o tablet StudyBook
Mas a onda agora são os tablets, e a sua presença no ambiente escolar já vem sendo explorada com uma estratégia clara por concorrentes, razão pela qual a Intel mais uma vez não podia ficar parada.
Surgiu assim o StudyBook, anunciado nesta semana como um tablet de 7 polegadas capaz de rodar tanto o Android Honeycomb quanto o Windows 7.
E 7 polegadas, embora possa ser um tamanho insuficiente para alguns adultos, certamente é adequado para as interações de mãos de estudantes do ensino fundamental, que são o alvo – ainda mais por pesar pouco mais de meio quilo.
A Intel não economizou nos recursos: a tela de 1024×600 pixels é multitoque, há câmera frontal e traseira, 1GB de RAM, 32GB de armazenamento, microfone, USB, tecnologia anti-furto, sensor de luminosidade e, considerando o público-alvo, bastante resistência a impactos, poeira e a umidade. E a CPU, naturalmente, é da linha Intel Atom.
A experiência de anos da Intel com a linha Classmate PC permitiu refinar a oferta de software e configurações que devem estar presentes nestes aparelhos, assim o Studybook vem dotado de ferramentas de gerenciamento da sala de aula, um leitor digital, recursos para usar a câmera em experiências de laboratório, uma ferramenta de anotação, outra de desenhos, e até um recurso para configurar o acesso a sites no ambiente escolar e fora dele.
A concorrência e o desafio
As já mencionadas iniciativas da Apple estão sendo particularmente bem recebidas no ensino médio, e assim a Intel parece ter dado um passo estratégico ao direcionar seus esforços ao ensino fundamental.
Já o OLPC também tem um projeto de tablet em andamento, o XO-3 (incluindo painel solar e manivela opcional, para localidades sem energia elétrica), mas seus mercados parecem ser radicalmente diferentes também.
A inclusão digital de estudantes da rede pública é uma atividade extremamente importante, e espero que – assim como ocorreu com o Classmate PC – logo que a Intel conclua suas negociações com fabricantes que serão parceiros na produção e distribuição dos aparelhos, tenhamos notícia da chegada deles em projetos-piloto em nosso país.
Como complemento, vale destacar que a inclusão digital não pode ser o único objetivo: a intenção é que as ferramentas digitais sirvam para melhorar o ensino e o aprendizado e, neste sentido, é necessário cuidar para não repetir a experiência peruana, em que despejar laptops nas escolas não conseguiram elevar as médias dos alunos em matérias fundamentais como expressão e matemática, porque não vieram acompanhados de preparação especial para os professores, ajustes dos currículos e melhorias nas estruturas escolares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário